sábado, 8 de dezembro de 2007

Outros pensamentos sobre a História Sem Fim

"Há pessoas que não podem ir a Fantasia , disse o Sr. Koreander, e há pessoas que podem, mas ficam lá para sempre. Porém, há outros que vão a Fantasia e regressam. Como você, Bastian. E são esses que devolvem a saúde aos dois mundos."


É muito fácil perder-se no torvelhinho dos desejos que Fantasia realiza. Mais fácil ainda é perder-se em ilusões de poder absoluto. Muitos se perderam justamente aí. Ao tornarem-se ditadores, perderam a lembrança de sua vida humana. Como poderiam tornar-se ilimitadamente poderosos em Fantasia sem perder sua condição de homens, sua inerente limitação humana? Tornar-se outro totalmente não implica o abandono do passado que será esquecido como se não houvesse existido?

Na Cidade dos Imperadores Esquecidos, Bastian está a um passo de perder-se definitivamente. Moveu guerra contra os seres de Fantasia que não se submeteram às suas vontades (nem tudo em Fantasia está sob nosso comando) e agora, sozinho vê-se numa cidade cujos habitantes nada mais são do que zumbis estúpidos que não mais podem desejar depois de desejarem ser os reis e senhores de Fantasia. Quiseram identificar-se com a alma de Fantasia, a Imperatriz Criança.

Ao fazerem isso, enlouqueceram. Esqueceram suas vidas anteriores, e com isso, perderam sua própria natureza humana. A via de auto-conhecimento que o AURIN indica em sua inscrição se tornou para eles motivo de destruição. Os desejos são traiçoeiros, nos levam a direções diversas. Há que saber usá-los para a Grande Busca.

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