Tenho a impressão que as pessoas (todas bem intencionadas) que muito falam de racionalidade e de postura crítica são aquelas que muito pouco têm contato com aquilo que defendem. Têm uma visão romântica na qual a racionalidade (pálido fantasma iluminista!) é um Messias bondoso que a todos conduzirá a um Reino Divino na Terra. É uma desejo utópico e como todo desejo utópico, diria-nos Emil Cioran, quer "construir o Éden com os meios da Queda ".
Assim, a postura crítica salvará a sociedade brasileira e o mundo dos seus males e conduzirá a todos pelo caminho plano da cidadania e da virtude. Eis o peso que se põe sobre a educação e a filosofia enquanto disciplina escolar.
Será mesmo assim? Não será mais saudável a dúvida dos antigos de que a virtude pudesse ser ensinada? Será mesmo a razão a melhor fonte e o melhor motor da ação ?
Algum desses hodiernos advogados da racionalidade, filhos de uma cultura dedicada ao aviltamento e esquecimento voluntário do transcendente (ideologia dominante das universidades), realmente já se dedicou ao árduo trabalho da razão, ou são apenas profetas de um deus conhecido de segunda mão?