Sua didática no curso era admirável, sucinta e clara. As aulas eram permeadas pelo sabor da busca inteligente do conhecimento e da verdade, bem como por um clima de amizade respeitosa.
Antes das aulas, num banco de granito do lado da porta direita de entrada do mosteiro, Dom Odilão sentava-se, apoiado com as duas mãos em sua bengala, e recebia os alunos mais chegados para conversas livres sobre filosofia e espiritualidade.
Num desses dias, sentado ao seu lado, Dom Odilão fez-me um elogio que me marcou profundamente. Ele me disse que eu deveria sim me dedicar à filosofia e que um dia eu seria um grande filósofo. Não sei se sua profecia se realizará, se estou à altura dela, mas certamente suas palavras e sua generosidade foram decisivas para mim naquele momento de desorientação e cansaço.
Aquelas aulas renovaram em mim o ardor filosófico e marcaram indelevelmente minha vida intelectual posterior. Posso dizer, com orgulho e amor, que Dom Odilão foi meu mestre em filosofia e, se alguma virtude intelectual eu tenho, seja qual for, ela foi plantada naqueles cursos tanto pela sabedoria de Santo Tomás quanto pelo exemplo de Dom Odilão Moura.
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