Era o ano de 1998 e eu, recém saído da vida religiosa consagrada, achava-me num estado de tristeza e desorientação. Naquele ano difícil alguém me falou sobre um monge beneditino filósofo que dava cursos sobre Santo Tomás de Aquino.
Embora desde o meu ensino médio eu já houvesse tido os primeiros contatos com a filosofia e a teologia e tivesse estudado com afinco, por iniciativa própria, a Patrística e a Suma tomista nos meus anos de convento (reiteradas vezes desencorajado por meus superiores), ainda não havia estudado sob a orientação de um professor.
Então me deixei conduzir ao Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro para conhecer esse monge filósofo. Lembro-me de suas mãos perfumadas quando as beijei em sinal de respeito e de sua vivacidade.
Via-se nele uma força intelectual ímpar, um ardor pela verdade que se manifestava como rigor conceitual e espiritual. Mas acima de tudo, via-se a bondade enquanto vontade de compartilhar amorosamente, como um dom, as belezas e as verdades metafísicas mais profundas. Em suma, o desejo e o empenho em fazer o Criador conhecido e amado em sua admirável obra permeada de ordem e harmonia.
E ele, Dom Odilão Moura, ao saber de minhas predileções pela Sofia, imediatamente convidou-me para seu curso sobre As 24 Teses Fundamentais da Filosofia de Santo Tomás de Aquino, livro do dominicano Pe. Hugon que ele havia traduzido. Deu-me um exemplar do livro (o primeiro dos muitos livros com os quais me presenteou) e eu passei a freqüentar o curso.
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