Pensando nos temas propostos em meus últimos posts tenho a impressão de que poderíamos interpretar a tentativa de criar na Terra o paraíso por meios meramente humanos como uma das faces da rejeição da graça dentro do cristianismo.
A graça é um movimento de lá para cá, ou seja, de Deus para o homem. Este então não tem nenhum mérito, recebe sem merecer o dom da revelação e da vida eterna. Mas isso deixa o homem um tanto desorientado, uma vez que está acostumado, no paganismo, a negociar seu bem-estar terreno com potências metafísicas volúveis através do cumprimento de votos e de preceitos.
Em Jesus se inicia uma nova relação, de liberdade e de amor mútuo entre Deus e o homem. A salvação é gratuita e o Reino do Céus está dentro daqueles que ouvem a voz do rabi Jesus, a face humana de Deus cujo reino não é deste mundo. Recado claro: se é verdade que aquele que está em Cristo pode provar antecipadamente (embora em parte e como num espelho turvo) a beleza da criação redivinizada, é ainda mais verdade que o reino de Deus virá no fim dos tempos, ou seja, quando a história se consumar. Não haverá paraíso terreno, histórico, mas o revestimento do que é perecível pelo que é imperecível no fim da história
Contudo, os homens preferem negociar, se rebaixar às autoridades que aceitar a liberdade da graça, como apontou Dostoievski. A proibição, a tutoria, a menoridade e as tentativas de construção do mundo perfeito são então consideradas mais palpáveis e seguras do que o desafio de aceitar que o transcendente está para lá da historicidade, que não podemos negociar com ele por meio de barganhas materiais ou morais e nem mesmo alcançá-lo por nossos próprios esforços.
Então um traço comum une o fariseu que se acha justificado pela prática rigorosa da Lei e dos preceitos e os revolucionários materialistas e utópicos que pretendem secularizar e realizar na história o paraíso: ambos tentam comprar sua segurança por seus próprios meios, controlar o incontrolável, manipular os valores e o transcendente.
Com o cristianismo o ocidente aprende que o transcendente só pode ser alcançado por meio da aceitação, por meio do acolhimento de uma iniciativa que parte de lá para cá. E nisso o homem não tem mérito. É graça.
A graça é um movimento de lá para cá, ou seja, de Deus para o homem. Este então não tem nenhum mérito, recebe sem merecer o dom da revelação e da vida eterna. Mas isso deixa o homem um tanto desorientado, uma vez que está acostumado, no paganismo, a negociar seu bem-estar terreno com potências metafísicas volúveis através do cumprimento de votos e de preceitos.
Em Jesus se inicia uma nova relação, de liberdade e de amor mútuo entre Deus e o homem. A salvação é gratuita e o Reino do Céus está dentro daqueles que ouvem a voz do rabi Jesus, a face humana de Deus cujo reino não é deste mundo. Recado claro: se é verdade que aquele que está em Cristo pode provar antecipadamente (embora em parte e como num espelho turvo) a beleza da criação redivinizada, é ainda mais verdade que o reino de Deus virá no fim dos tempos, ou seja, quando a história se consumar. Não haverá paraíso terreno, histórico, mas o revestimento do que é perecível pelo que é imperecível no fim da história
Contudo, os homens preferem negociar, se rebaixar às autoridades que aceitar a liberdade da graça, como apontou Dostoievski. A proibição, a tutoria, a menoridade e as tentativas de construção do mundo perfeito são então consideradas mais palpáveis e seguras do que o desafio de aceitar que o transcendente está para lá da historicidade, que não podemos negociar com ele por meio de barganhas materiais ou morais e nem mesmo alcançá-lo por nossos próprios esforços.
Então um traço comum une o fariseu que se acha justificado pela prática rigorosa da Lei e dos preceitos e os revolucionários materialistas e utópicos que pretendem secularizar e realizar na história o paraíso: ambos tentam comprar sua segurança por seus próprios meios, controlar o incontrolável, manipular os valores e o transcendente.
Com o cristianismo o ocidente aprende que o transcendente só pode ser alcançado por meio da aceitação, por meio do acolhimento de uma iniciativa que parte de lá para cá. E nisso o homem não tem mérito. É graça.
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