Quem se propõe a discutir racionalmente um tema qualquer admite de antemão que a contribuição do seu interlocutor é vital para a descoberta da verdade e que é possível que a verdade se revele do lado de seu interlocutor. Ou seja, uma das condições necessárias para a racionalidade de uma discussão é a admissão preliminar de que meu interlocutor pode estar certo e eu errado.
A outra é uma disposição de ordem ética que se manifesta de duas formas. A primeira é uma disposição de alma para a busca da verdade enquanto tal. O que deve reger a discussão é o desejo de atingir a verdade e nada mais além dela. A segunda forma, como uma consequência da primeira, é o compromisso de usar na discussão formas lícitas de argumentação. Em outras palavras, é o compromisso com a honestidade intelectual. Podemos errar usando argumentos inválidos sem o perceber. É a intenção de usar argumentos inválidos para ludibriar que faz de um erro um sofisma.
Ora, se meu interlocutor pode estar certo, então ele pode também discordar de mim. Mas qual será o valor dessa discordância? Se eu proponho uma explicação para resolver uma questão, meu interlocutor pode não aceitá-la por uma gama de motivos bem diversos entre si. Talvez seja porque ele ache que minhas premissas são falsas, ou que minhas inferências são inválidas, ou mesmo ambos os casos.
Mas para que ele possa discordar de mim e para que eu leve em consideração sua discordância ele deve me dizer suas razões e para isso ele deve conhecer o status quaestionis daquilo que estamos discutindo. Ou seja, ele deve conhecer o que já foi dito sobre a matéria em discussão. É claro que não há uma medida clara para o grau de conhecimento do status quaestionis de uma determinada matéria. Não há um ponto ideal que inequivocamente habilite uma pessoa a discutir com propriedade um assunto.
Mas há bons começos. Um deles é, sem dúvida, conhecer o que os pensadores clássicos disseram sobre a matéria, como também verificar o que seus críticos apontaram como seus pontos fracos para avaliar melhor as posições desses autores. Conhecer também o que novos autores (e seus críticos) escreveram.
Isso tudo leva tempo e exige dedicação. Mas até que parte significante desse trabalho seja feito, a concordância ou a discordância não terão nenhum valor. É claro que meu interlocutor tem o direito de discordar de mim. Mas como todo direito tem como contrapartida um dever, os benefícios do direito só podem se efetivar se os deveres também tiverem se efetivado. Se isso não acontecer, a discordância de meu interlocutor é um ato vazio, talvez fruto de disposições psicológicas ou propensões de ordem estética, mas certamente nada que deva ser levado a sério.
A outra é uma disposição de ordem ética que se manifesta de duas formas. A primeira é uma disposição de alma para a busca da verdade enquanto tal. O que deve reger a discussão é o desejo de atingir a verdade e nada mais além dela. A segunda forma, como uma consequência da primeira, é o compromisso de usar na discussão formas lícitas de argumentação. Em outras palavras, é o compromisso com a honestidade intelectual. Podemos errar usando argumentos inválidos sem o perceber. É a intenção de usar argumentos inválidos para ludibriar que faz de um erro um sofisma.
Ora, se meu interlocutor pode estar certo, então ele pode também discordar de mim. Mas qual será o valor dessa discordância? Se eu proponho uma explicação para resolver uma questão, meu interlocutor pode não aceitá-la por uma gama de motivos bem diversos entre si. Talvez seja porque ele ache que minhas premissas são falsas, ou que minhas inferências são inválidas, ou mesmo ambos os casos.
Mas para que ele possa discordar de mim e para que eu leve em consideração sua discordância ele deve me dizer suas razões e para isso ele deve conhecer o status quaestionis daquilo que estamos discutindo. Ou seja, ele deve conhecer o que já foi dito sobre a matéria em discussão. É claro que não há uma medida clara para o grau de conhecimento do status quaestionis de uma determinada matéria. Não há um ponto ideal que inequivocamente habilite uma pessoa a discutir com propriedade um assunto.
Mas há bons começos. Um deles é, sem dúvida, conhecer o que os pensadores clássicos disseram sobre a matéria, como também verificar o que seus críticos apontaram como seus pontos fracos para avaliar melhor as posições desses autores. Conhecer também o que novos autores (e seus críticos) escreveram.
Isso tudo leva tempo e exige dedicação. Mas até que parte significante desse trabalho seja feito, a concordância ou a discordância não terão nenhum valor. É claro que meu interlocutor tem o direito de discordar de mim. Mas como todo direito tem como contrapartida um dever, os benefícios do direito só podem se efetivar se os deveres também tiverem se efetivado. Se isso não acontecer, a discordância de meu interlocutor é um ato vazio, talvez fruto de disposições psicológicas ou propensões de ordem estética, mas certamente nada que deva ser levado a sério.
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