Shestov dizia que toda a função e objetivo da filosofia se resumia na busca pela Necessidade e na pregação de uma submissão servil à ela. No fim das contas, a idéia de verdade traz em si a marca do constrangimento.
Frente à verdade, todo e qualquer ser racional sente-se constrangido, obrigado à se curvar. Shestov talvez não tenha percebido, mas nada há de mais constrangedor do que Deus. Que rebeldia, que escolha, que liberdade pode se ter diante do Absoluto? Como Lúcifer pode cair, em favor de que outro pode ele se rebelar, se nada há além de Deus?
É somente na ignorância do Absoluto que se pode pecar, escolher, errar, padecer e, enfim, ter livre-arbítrio... Não se tergiversa diante do Único. Perde-se a si mesmo irresistivelmente Nele.
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